segunda-feira, 30 de maio de 2011

iPad 1, iPad 2, iPad 3 . . . iPad 17


Ao mesmo tempo que o mago Steve Jobs demite funcionários no elevador da Apple em Cupertino/Califónia, de lá são lançados novos gadgets e que causam um habitual frisson em todo o mundo. O mais recente filhote de Jobs é o iPad 2 e que chegou essa semana ao Brasil. Mal chegou e já não se encontra mais nas lojas. Produção não preparada para atender a feroz demanda, ou uma proposital lentidão para provocar ainda mais desejo. Eu fico com a segunda opção.

O iPad 2 é o filé mignon do novíssimo mercado de tablets. É item de desejo por uma boa parcela de consumidores. Em relação ao primeiro modelo, ele é mais leve, mais fino e mais rápido. No que diz respeito à design, encontra-se no estado da arte. Uma extrema atenção ao detalhes e tudo muito intuitivo. Nunca mexemos, mas parece que já sabemos onde as coisas estão. Todo produto da Apple é assim. O iPad 2 logicamente não possui manual de instruções, pois aprendemos a operá-lo sozinho. Mas se você é da geração X e gosta de ler manuais, sem problemas. Vá no site da Apple e baixe o PDF.

Os livros digitais e o mercado de e-Books crescem de forma avassaladora. A maior evidência disso é o pedido de falência da gigante Borders (simplesmente a segunda maior livraria dos Estados Unidos), e uma das grandes razões se deve ao fato deles não terem ido de forma tão agressiva para o segmento de e-Books. Os livros físicos estão com os dias contados. Livros físicos ocupam andares e mais andares de bibliotecas. Livros físicos são ecologicamente incorretos e pesam nas nossas mochilas. Os livros digitais não pesam nada, são mais facilmente compartilhados, são gostosos de ler e a natureza agradece.

A chegada do iPad 2 no Brasil mostra como a Apple, que dita a vanguarda tecnológica, gera uma rápida obsolescência de produtos. O iPad 1 que, até o ano passado, estava na crista da onda, hoje já é velho. Dentro de anos, será item de museu. Não me resta dúvidas que Steve Jobs e seu brilhante time de engenheiros e designers já estão com o iPad 3 pronto, e o iPad 4 já no protótipo, e o iPad 17 já idealizado. E cabe a nós consumidores, cada vez mais ávidos por engenhocas tecnológicas, sermos engolidos por esse tsunami de gadgets. A verdade é que eu não preciso de iPad 2, mas eu tenho que ter.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

“Garçom, traz a mais gelada!”


por Marcos Hiller

Quando o assunto é mercado de cerveja, reúna todo aquele conhecimento que se aprendeu na faculdade, os 4 Ps de marketing, promessa de marca, construção de posicionamento, etc e jogue fora. O processo de comunicação do segmento de cerveja hoje em dia é regido por uma ordem que não encontra facilmente nos livros de marketing. Hoje em dia, muito mais que tentar vender meros atributos racionais ou emocionais do produto, a comunicação de marcas de cerveja procura se basear em aspectos lúdicos, irracionais e até mesmo incompreensíveis.

Hoje ligamos e televisão e vemos Beto Barbosa cantando Adocica, ou então Sandy dançando em cima de balcão de bar ou então até duas “loiras” gringas da marca nordestina Proibida (sediada no município de Pindoretama/CE). Todas essas são formas são exemplos de como indústrias cervejeiras estão se utilizando de munição de marketing para se conectar aos seus consumidores. O que boa parte deles não sabe que: o ganho de market share no feroz mercado de cerveja depende de variáveis mais complexas e mais estratégicas como gestão disciplinada de força de vendas, capilaridade de pontos de distribuição, entre outros.

Vale a pena lembrarmos aqui o polêmico caso da cerveja Devassa que utilizou a, literalmente, devassa Paris Hilton no lançamento da marca. Há quem diga que no comercial de Paris Hilton, os executivos da Devassa propositalmente passaram do ponto na sensualidade do comercial, justamente para ser vetado pelo Conar, e com isso ganhar visibilidade e buzz marketing para a marca. E mais recentemente quem estrelou a campanha da marca foi a recatada filha de Xororó, que não bebe cerveja. Não adianta, market share de cerveja não decola assim.

No caso mais recente da marca Proibida, a estratégia de utilizar redes sociais foi um das principais formas encontrada pela empresa para concorrer com as gigantes do mercado. O que os executivos da empresa talvez não saibam é que cerca de 20% de nosso país apenas tem acesso a essas plataformas tecnológicas. Já o programa "Pânico na TV!", da Rede TV!, mesmo sendo patrocinado por uma marca de cerveja concorrente mostrou as loiras da Proibida por dez semanas no reality "As Tchecas do Brazil", sem saber que se tratava de uma campanha publicitária. O programa Pânico tomou conhecimento da armação pelo jornal Folha de S.Paulo. Não adianta, market share de cerveja não cresce assim. Eles poderiam ter pego uma parte dos R$ 60 milhões de reais que estão investindo na marca e destinar isso para comissão para equipe de vendedores. Certamente, o ponteiro de vendas da marca ficaria mais feliz.

Para entrar nesse mercado e disputar com gigantes como Ambev (simplesmente a maior cervejaria do mundo), ou Heineken, não basta ter um produto de qualidade, um sabor único ou um preço que o consumidor esteja disposto a pagar. Logicamente são variáveis importantes a serem analisadas, mas no fundo, no fundo, o que realmente conta é o processo de vendas e distribuição ou se preocupar com o hábito do bebedor de cerveja no bar, que se resume no: “Garçom, traz a mais gelada!”.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

BRAND LOYALTY SUMMIT - Como criar estratégias de lealdade à marca


Na busca pela lealdade à marca, as empresas que atuam em mercados saturados, com promessas de marca muito parecidas, e produtos de baixa diferenciação, têm um desafio complicado: como crescer o seu market share. Uma das primeiras ideias para isso é o uso de estratégias que façam os seus consumidores atuais comprarem mais, ou com uma maior frequência, e que o seu ciclo de relacionamento com a marca seja o mais longo o possível.

Na teoria, uma ótima ideia. Mas, na prática como desenvolver e implementar estratégias que realmente consigam este crescimento? O caminho mais óbvio: programas de relacionamento, de lealdade, CRM, e táticas promocionais.

Mas, para que o óbvio se transforme em resultados, é necessário diagnosticar a performance dos sete pilares que, de fato, são os responsáveis mais diretos pela geração da lealdade à marca.

No Brand Loyalty Summit você conhecerá esses pilares e saberá o que fazer para gerar uma lealdade maior à sua marca sem prejudicar as suas margens. Saberá no que pensar ao desenvolver ou rejuvenescer a sua estratégia e programas de relacionamento.

Eu, Marcos Hiller, vou abrir o evento e na sequência e teremos os seguintes palestrantes, além de Karol Sapiro (Sócio da Precision Marketing) que idealizou o projeto comigo, estarão Christiano Ranoya (Market Data), Erik Galardi e Ricardo Sapiro (Touch Branding), Ariane Landim (Allianz Seguros), Claudia Bouman (Bird In Comunicação), Fabio Pando (Santander), Deyse Leite (Copyright Comunicação), Ana Castelo Branco (Bistrô Comunicação), Gilberto Strunck (Dia Comunicação), Fernando Feitoza (ex-Citibank e BankBoston), Hamilton Correa (Empíria Branding), Patricia Abreu (Anhanguera), Rene de Paula (Locaweb), Luis Tadeu Dix (Para Manter Clientes), Cassio Azevedo (Santher), Alan Grabowsky (Ábaco Pesquisa de Mercado), Aina Fuentes (Moma Propaganda), Victor Olszenski (Telefonica) e Fabio Santoro (Dotz).

Data: 16 e 17 de junho de 2011.
Horário: das 9h às 18h.
Local: Trevisan Escola de Negócios.
Rua Bela Cintra, 934 - Cerqueira César - São Paulo/SP.

Valor da inscrição: R$ 750 (com almoço e coffee breaks inclusos)

Inscrições: tel: 11 3138.5200 ou E-mail: edexecutiva@trevisan.edu.br

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Por que praticar o Branding não é fácil?


Por @marcoshiller

Em primeiro lugar, vamos conceituar: Branding nada mais é que uma postura empresarial, é uma filosofia de gestão que coloca a marca no centro de todas as decisões da empresa. Lembrando que as marca não é aquele símbolo no topo da sua loja, não é aquele logo no canto superior esquerdo de seu site, a sua marca é o sentimento que seus consumidores têm por você. Na verdade, uma marca é composta por dezenas de elementos: seu nome, o seu símbolo, o seu slogan, a sua mascote, a sua fama, sua tradição, sua história, seu jingle, sua embalagem. Nosso desafio como donos de marcas é: como calibrar todos esses elementos, no sentido que todos está devidamente alinhados.

O Branding prega que tudo comunica a sua marca. Por exemplo, a cor que você pinta os caminhões de sua empresa está comunicando sua marca, a forma como seus funcionários se vestem está comunicando sua marca, o jeito que sua recepcionista atende o telefone está comunicando sua marca, o que você conversa sobre a empresa com seu colega durante um chope está comunicando sua marca, ou seja, tudo comunica a sua marca. Por isso, todas as interferências sobre uma marca devem ser cuidadosamente planejadas e executadas. Ações de branding bem ou mal sucedidas são automaticamente refletidas na imagem que uma marca tem na mente do consumidor. E todos os passos que sua marca dá devem sempre levar em conta resultados de longo prazo.

Vender a filosofia do Branding, ou seja, inserir no chip de um empresário brasileiro toda essa importância que a marca carrega é um dos desafios mais árduos que se vê nos dias de hoje. Percebe-se que pouquíssimas marcas executam o Branding em sua forma mais plena. A concorrência cada vez mais feroz, a dificuldade de ser percebido como diferente e uma exigência cada vez maior dos consumidores no Brasil, força os empresários a não insistirem em uma postura e uma identidade única por muito tempo. De 6 em 6 meses, as marcas adquirem uma cara nova, um posicionamento novo e associações novas. Todos esses movimento, por mais bem intecionados que sejam, vão ao contrário do que prega o Branding. Queremos ver resultados rápidos, e geralmente na funciona na mesma velocidade e ansiedade que o mercado responde.

Eu não sou a Herbalife, mas quer fazer Branding na sua empresa? Pergunte-me como!

Ah, e coloquei o símbolo da Esso estampando esse post pois é uma das marcas que mais gosto.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

A marca “Obama” agradece a morte de “Osama”

Em 2008, em meio à maior crise econômica de todos os tempos, os Estados Unidos conheciam seu primeiro presidente negro, com sobrenome muçulmano e com 20% de verba de campanha destinada às mídias digitais. Barack Hussein Obama, um havaiano com pai queniano, elegia-se o homem mais poderoso do planeta, o mais novo presidente dos Estados Unidos da América.

A campanha de marketing político que o elegeu foi o maior fenômeno midiático que o mundo contemporâneo já assistiu. Obama é uma marca invejável, um homem carismático, com um currículo irretocável, um exemplo de pai de família, um exímio orador e que mobiliza e emociona multidões. Essa marca era tudo que o partido democrata precisava para desbancar o velho John McCain e os 8 oitos de George W. Bush. Obama adotou o slogan “Yes, we can” como mensagem central de toda a campanha e tudo associado ao “change”, ou seja, Obama era a mudança que os Estados Unidos da América necessitava para voltar a ser um país adorado pelo resto do mundo.

Na ocasião, o partido democrata utilizou-se do que havia de mais moderno e impactante no que tange estratégias de comunicação de marketing político. Os eleitores foram informados via torpedo SMS que o vice-presidente seria Joe Biden. Em videogames de jogos de basquete via-se placas publicitárias de Obama. Comerciais de 30 segundos, documentários, ações via mídias sociais como YouTube, Twitter, Aplicativo de iPhone, Facebook,e tudo mais que uma ação convencional de marketing de uma marca faz para angariar consumidores, nesse caso, eleitores.

O resultado não poderia ser outro. Obama virou presidente e a campanha de marketing que o elegeu ganhou Leão no aclamadíssimo Festival de Cannes, na categoria “Titanium”ou campanha de marketing integrado, que se utiliza do maior número de ferramentas do processo de comunicação e propaganda.

Dentro desse contexto, a morte de Osama Bin Laden cai uma luva para a marca Obama e para a sua, até então, tímida campanha de reeleição. Sua marca já entra na disputa fortalecida, Barack já entra com o rótulo do “presidente que caçou e eliminou Bin Laden”. Esse fato dá um impulso contundente para o desenrolar de toda a campanha, e não há dúvidas que o Obama e o partido democrata utilizarão esse fato para capitalizar popularidade e, conseqüentemente, intenções de voto dos americanos.

Uma prova disso são as fotos que foram divulgadas e que mostram Obama e toda a sua equipe na sala de comando do Governo Americano na noite que o terrorista chefe da Al Qaeda foi abatido. Fotos muito bem produzidas, muito bem feitas e que servirão como um prato cheio para serem utilizadas pela equipe de marketeiros de Obama em todas as peças de comunicação. Cabe a nós acompanhar a continuidade dessa história e ver como a campanha de reeleição se tornará ainda mais histórica que a primeira.

@marcoshiller, editor do Blog do Hiller.